quinta-feira, setembro 14, 2006

BROKEN FLOWERS


de Jim Jarmusch, 2005 [EUA]
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O pai do drama indie moderno vinga-se da descendência com um pontapé no rabo da melancolia inteligente. A ironia de luxo faz-se com um elenco de secundários exemplar (Sharon Stone, Jessica Lange, Frances Conroy, Tilda Swinton, Julie Delpy) e o protagonismo de Bill Murray, actor de excepção tornado pin-up cool do dia através de «Lost in Translation». A história de um homem em busca de um suposto filho (e a viagem que enceta para revisitar antigas namoradas e assim descobrir qual delas é a mãe) passa por recado directo a uma nova geração de cineastas que usa o cinismo e o distanciamento afectado para registar emoções no grande ecrã. Jarmusch ri-se à distância, faz o seu melhor filme em anos e pelo caminho ainda pára em Cannes para levar para casa o Grande Prémio.



[Texto editado a partir do original publicado na revista DIF, número 44, Setembro de 2006.]

(Edição nacional pela Prisvídeo. Três discretas peças documentais servem acima de tudo para registar a sintonia entre semelhantes, Murray e Jarmusch: apresentação tímida, intenções artísticas por revelar, sentido de humor não-perpendicular. Não se esperaria outra coisa..)