segunda-feira, junho 18, 2007

TIME BANDITS


de Terry Gilliam, 1981 [GB]
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«Time Bandits» foi a segunda longa-metragem de Terry Gilliam (quatro anos depois da estreia com «Jabberwocky»), que assim se emancipava definitivamente da trupe Monty Python, ao mesmo tempo que consolidava o prestígio que lhe permitiria abraçar o seu projecto seguinte, o ambicioso «Brazil». Apesar de regressar ao convívio dos colegas em 1983, com o último trabalho do colectivo («The Meaning of Life»), e de «Time Bandits» contar com pequenas intervenções de John Cleese e Michael Palin (também co-autor do argumento), foi aqui que, pela primeira vez, se descobriu todo um universo próprio, de coerência evidente e prolongada até ao mais recente «The Brothers Grimm». O filme é uma fantasia infantil para os pais verem sem os filhos, história de um miúdo e sete anões que se atrevem a atravessar dimensões para se apoderar de tesouros históricos, e é um prodígio de inventividade visual. A acção é estruturada por episódios, e há uns mais bem conseguidos do que outros, o que leva a flutuações de interesse (tal como nos filmes dos próprios Monty Python, aliás), mas há também um esforço convincente em empacotar toda a loucura numa narrativa clássica e linear, com princípio, meio e fim. Nem que fosse só por Sean Connery, um Agamemnon de coração gigante, e David Warner, mau da fita realmente mau como tudo, já teria valido a pena dar uma espreitadela.

[Texto editado a partir do original publicado na revista DIF, núm. 48, Maio 2007.]



(A edição nacional da Prisvídeo não apresenta qualquer tipo de extra, coisa que não falta na versão britânica da Anchor Bay - comentário áudio com o realizador, entrevistas e cenas eliminadas - e na americana Divimax - documentário sobre os filmes de Terry Gilliam.)