domingo, março 20, 2005

ENTRAILS OF A VIRGIN


de Gaira, 1986 [Japão]

Um dos títulos infames do chamado "erogoro" (contracção de "erótico" e "grotesco"), «Entrails of a Virgin» não prima pela originalidade, nem sequer o tenta fazer. Destina-se a um público “entendido” que sabe o que o espera... A premissa é "clássica" do cinema de horror: grupo de homens e mulheres junta-se numa localização remota e são assassinados um a um. Neste (sub)género há outro elemento incontornável: o abuso sexual, misturado, em alguns momentos, com violência extrema. Há efeitos eficazes na sua grosseria e outros simplesmente risíveis. Como é tradição, a censura nipónica impede que se filmem órgãos genitais (utilizam-se manchas de "blur" ou compõe-se de forma a manter as partes marotas fora do enquadramento), mas os cineastas compensam com violência gratuita e ausência completa de qualquer preocupação moral. Dito isto, parecia que o filme poderia ser pelo menos divertido enquanto objecto extremo e "imoral", mas o problema é a total falta de habilidade e imaginação por parte do realizador, com algumas mortes perfeitamente idiotas. Para dar uma ideia melhor do que se pode esperar do filme [nota: pode ser spoiler] um dos momentos altos é uma personagem tresloucada a masturbar-se com um braço amputado. «Shojo no Harawata», no original, é conhecido por vários títulos alternativos em inglês: «Guts of a Virgin», «Guts of a Whore» ou «Entrails of a Whore». Komizu Kazuo é o nome por detrás do alias Gaira.

(O DVD pode ser adquirido em lojas R1 que não vendam apenas mainstream. Esta cópia veio da DVDBoxoffice, mas para estes título de pequenos distribuidores a encomenda costuma demorar muito até ser completada. O DVD anuncia legendas novas e “fáceis de ler”. Os extras incluem a primeira parte de uma entrevista com o realizador — a segunda parte está no DVD de «Entrails of a Beautiful Woman» — e um texto sobre a censura, “fogging”, em papel no interior.)
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