segunda-feira, novembro 06, 2006

VIOLENT MIDNIGHT


de Richard Hilliard, 1963 [EUA]
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Porque nem toda a gente se chama Roger Corman, o low-budget de género nos anos 60 nem sempre foi particularmente associado a filmes de elevado mérito artístico ou qualidades para além do simples entretenimento para jovens em busca de emoções fortes. Del Tenney, produtor/argumentista/realizador, foi um dos poucos nomes a destacar-se neste período, exactamente por saber que uma história pulp não tem necessariamente que ser desprovida de boas ideias de cinema. «Violent Midnight», a primeira aventura na produção (a realização coube ao seu futuro director de fotografia), tem vontade de realismo e personagens convincentes, desempenhadas por Lee Philips, Sylvia Miles e James Farentino, o que surpreende num orçamento que se cifrou pelos 40 mil dólares. O género é o thriller whodunit, com um cheirinho beatnik que lhe legitima as liberdades exploitation, como o nu feminino que surge logo aos primeiros minutos e que tanta gente terá levado às sessões drive-in. Série B com cérebro e coração é entretenimento mais do que bom.



[Texto editado a partir do original publicado na revista DIF, número 46, Novembro de 2006.]

(Edição região 1 da Dark Sky Films. Dos suplementos destaca-se o enciclopédico comentário áudio de Del Tenney. Também pela Dark Sky foi lançada uma edição 2 em 1 de outros filmes do autor: «Horror at Party Beach» - terror surf declaradamente cheesy - e «Curse of the Living Corpse» - horror gótico com Candace Hillgoss, de «Carnival of Souls», e a primeira prestação de Roy Scheider. Todos trazem legendas em inglês e todos valem a pena, mas a começar por algum lado, «Violent Midnight» é o melhor dos três. )