JOURNEY TO THE SEVENTH PLANET
de Sidney Pink, 1962 [Dinamarca/Suécia/EUA]
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Um grupo de exploradores espaciais vê os seus próprios medos e desejos transformados em armas mortíferas controladas por um estranho ser no planeta Urano. A ideia não era nova - «Forbidden Planet» tinha estreado seis anos antes -, mas proporcionou um dos filmes sci-fi mais adultos do seu tempo, antecedendo ideias semelhantes em «Solaris» e «Galaxy of Terror». Isto porque debaixo da cheesiness do costume (a equipa era maioritariamente dinamarquesa, o que acentuava a estranheza de tom), escondia-se um subtexto mais elaborado do que as habituais tramas pulp de conquista espacial. A fita apresenta um planeta de sonho, completo com macieiras, serpentes e Evas escandinavas, uma espécia de paraíso perdido habitado pelo perigo e pecado: não é difícil descobrir aqui uma inversão B de uma muito católica origem do Homem. E mesmo que em termos puramente narrativos a coisa seja previsível e linear, há as cores saturadas a reforçar o lado encantatório, deliciosos stop-motion e uma cançoneta de partir o coração que aparece durante o genérico final.
(Edição dupla da colecção Midnite Movies da MGM - região 1 - com «Invisible Invaders» e «Journey to the Seventh Planet». Tem trailer para ambos os filmes e legendas em inglês, espanhol e francês. Ver aqui.)