LOOKER

de Michael Crichton, 1981 [EUA]
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TRAILER
Mais conhecido pelo seu trabalho literário como autor de bestsellers na forma de techno-thrillers de bolso, quase todos adaptados para o grande ecrã («The Andromeda Strain», «Jurassic Park» e «The Sphere» serão os exemplos mais sonantes), Michael Crichton foi também um autor completo durante os anos 70 e grande parte da década seguinte. Argumentista e realizador - são dele títulos de culto como «Westworld» e «Coma», especializou-se numa variação thrillesca da ficção científica para antecipar cenários de complexos sistemas biológicos, militares ou cibernéticos que acabavam, invariavelmente, por dar para o torto.
«Looker», fita de 1981, prefere uma abordagem policial mais urbana, apresentando um futuro próximo onde a publicidade nos meios audiovisuais manipula os consumidores com consequências sinistras. Tudo começa com o desaparecimento de um grupo de jovens modelos, aperfeiçoadas através de cirurgia plástica para se aproximarem do modelo de beleza feminina imposto por um… computador. Albert Finney, veterano pouco dado a estas andanças de herói de acção, é o médico que se chega à frente para investigar o caso que o vai levar aos infernos da Digital Matrix, misteriosa corporação gerida por James Coburn.
Como thriller, «Looker» é um bocadinho tosco, não sabendo gerir da melhor forma os momentos de suspense e sequências de acção (Crichton já tinha feito muito melhor em «Westworld»), mas é pelas ideias de antecipação científica que a coisa ganha um distinto charme retro. A amoralidade corporativa associada às novas tecnologias e uma série de gadgets futuristas que hoje associamos ao cinema e videojogos (uma das personagens vê-se duplicada num computador através de um fantástico e laborioso processo que actualmente conhecemos como... motion capture!) são o tipo de “premonições” que fizeram de Crichton o indisputado rei do género. Destaque final para o score electrónico de Barry de Vorzon, que só faz pensar numa visita de John Carpenter à academia de «Fame». Ahh, os anos 80…

[Texto editado a partir do original publicado na revista Hype!, núm. 1, Setembro 2007.]



(Região 1 pela Warner. Formato 2.40:1 anamórfico, som Dolby Digital 2.0., legendas em inglês. É, para já, a única disponível no mercado internacional. Como extras, traz um comentário áudio e uma introdução do próprio Michael Crichton. Ver aqui.)