quarta-feira, março 23, 2005

MY BLOODY VALENTINE


de Georges Mihalka, 1981 [Canadá]
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Da vaga de slashers que apresentam assassinos mascarados à solta em datas comemorativas - moda inaugurada por «Halloween» e «Sexta-Feira 13» -, este é um dos mais destemidos. O criminoso é apresentado logo na primeira sequência, a sua história é contada em poucos frames e, lá para o fim, o desenlace surpresa resolve-se através de um flashback tão rápido que, caso se desvie o olhar, nos arriscamos a nem dar por ele. Esta forma de despachar as obrigações contratuais parece exprimir uma vontade de experimentar os limites do género. E é aí que o filme é rei: as cenas de bodycount são transformadas em sequências longas e muito bem definidas, com ideias imaginativas e um uso colorido e variado dos dois ou três cenários utilizados. Acaba por se tornar um exercício de abstraccionismo gore, à maneira de Mario Bava, com o look a comandar o desenvolvimento minimal dos acontecimentos. É diferença que o torna muito recomendável e fez com que a banda de Kevin Shields viesse aqui arranjar inspiração para o seu nome. Parece que há planos para uma sequela, onde as personagens sobreviventes se irão reencontrar vinte e cinco anos depois.

(Um óptimo DVD bilingue - inglês e francês - lançado pela Paramount para região 1. Saiu recentemente aqui.)