FLESH FOR FRANKENSTEIN / BLOOD FOR DRACULA

FLESH FOR FRANKENSTEIN, de Paul Morrissey e Antonio Margheriti, 1973 [EUA]
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BLOOD FOR DRACULA, de Paul Morrissey e Antonio Margheriti, 1974 [EUA]
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Dirigidos por Paul Morrissey, cineasta underground ao serviço na corte do rei Warhol, «Flesh for Frankenstein» e «Blood for Dracula» são, ao mesmo tempo, o seguimento do trabalho dos dois artistas na trilogia «Flesh», «Trash» e «Heat» (três histórias de drogas e mui explícitas perversões sexuais filmados em jeito quase documental) e a emancipação do cineasta, que aqui partiu para outras paragens. E foi para bem longe, até aos estúdios da Cinecittà, rodeado de amigos (o actor Joe Dallessandro, o mais popular produto masculino da Factory), novos conhecimentos (Roman Polanski e Vittorio de Sica) e uma equipa essencialmente europeia. São duas fitas onde o mau-gosto absoluto impera - há incesto, necrofilia, insinuações pedófilas, gore e mais gore, sexo com tudo e todos, morcegos, ratazanas, muito más interpretações e diálogos deliciosamente ridículos -, num misto (assumido) de homenagem aos clássicos da Universal com o high camp que John Waters e o próprio Morrissey andavam a promover. Imperdíveis também por Udo Kier, protagonista em ambos os filmes, que compõe, com o seu cerrado sotaque germânico, dois vilões inesquecíveis.

[Texto editado a partir do original publicado na revista DVD Review, número 28, Fevereiro de 2004.]

(Nota máxima para as edições região 1 da Criterion, que restauram a saúde original das fitas e as acompanham de comentários áudios dos autores. Aqui está «Flesh...» e aqui «Blood...».)