CUBE 2: HYPERCUBE
de Andrzej Sekula, 2002 [EUA]
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TRAILER
Apesar de se levar demasiado a sério, o primeiro «Cube» foi uma supresa simpática, essencialmente por voltar a definir o Canadá de David Cronenberg como pólo de novas experiências na área do fantástico. O êxito da fita foi modesto mas crescente, à medida que se acumulavam distinções em vários festivais, entre os quais o Fantasporto (cujo continuado arrebatamento por Vincenzo Natali é um mistério para mim). A sequela era inevitável, mesmo que tenha estreado de forma discreta no circuito cabo norte-americano, e a novidade é que a coisa resulta, sendo que alguns desequilíbrios do primeiro volume até chegam a ser resolvidos. A premissa é exactamente a mesma: um grupo de personagens desperta no interior de uma labiríntica construção feita de cubos interligados, e achar uma solução matemática para o puzzle é a única forma de dali sair com vida. Em vez de salas armadilhadas, o novo argumento aposta na física quântica, com inversões gravitacionais e realidades alternativas para fazer avançar a acção, mas agora há algum humor - veja-se a cena de sexo levado ao infinito - que parece querer acabar com a pretensão existencialista da fita original. Defeitos também os há: uma enérgica heroína a fazer lembrar a Helen Hunt nos seus piores dias, algumas más interpretações e elevadas doses de decepcionante gore digital. Seguiu-se a prequela «Cube Zero».
[Texto editado a partir do original publicado na revista DVD Review, número 28, Fevereiro de 2004.]
(Ainda é capaz de ser fácil de encontrar a edição nacional da LNK. Como alternativa, há uma edição região 1 exactamente igual, mas com legendas em inglês, aqui.)