THE FREAKMAKER
de Jack Cardiff, 1973 [EUA]
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«The Freakmaker» foi das coisas mais desvairadas a sair da década de todos os excessos cinematográficos. O último trabalho na realização de Jack Cardiff, brilhante director de fotografia britânico que trabalhou para gigantes como Michael Powell (o technicolor de «The Red Shoes» é dele), é uma "vergonha" de exploitation que cozinha uma série de ideias aberrantes. Começa por ser um sci-fi sério e formalmente arrojado, com direito a precursoras ideias de clonagem e tudo, e tem Donald Pleasence. A partir daqui o filme troca-nos as voltas, e o que vemos leva-nos de regresso a «Freaks», de Tod Browning: há um circo com espectáculo de "aberrações", e quase todas elas são, de facto, actores com deficiências físicas (a "actuação" apresentada, com cinco intermináveis minutos de duração, deixará qualquer espectador com pesadelos garantidos). Isto tudo e ainda: um Tom Baker pré-Doctor Who escondido por baixo de um intensivo trabalho de maquilhagem, alguma nudez escandinava (Julie Ege, de «Legend of the Seven Golden Vampires»), mutantes homem-planta e uma formidável banda sonora prog-freeform-jazz-qualquer-coisa, cortesia de Basil Kirchin, o mesmo de «The Abominable Dr. Phibes». Uff. E como é que isto tudo cola? Admiravelmente bem: se querem um filme sórdido, fedorento, enigmático, gratuito e desconchavado, cá está ele.
(Um luxo de edição, em região 1 e pela Subversive Cinema, com dois comentários áudio, uma featurette de 25 minutos e ainda um poster desdobrável com o cartaz original do filme. Aqui está ela.)