terça-feira, abril 19, 2005

EATEN ALIVE


de Tobe Hooper, 1977 [EUA]
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O segundo filme de Tobe «Texas Chainsaw Massacre» Hooper é mais uma aventura sulista cheia de violência, histeria e assassinos redneck. A diferença maior para com o filme que lançou Leatherface para o glamour do vedetismo, é que aqui se preteriu o terror em estado bruto (cheio de terra, nódoas negras e gemidos de dor) em favor de um hiper-realismo de estúdio low budget, com cores saturadas e banda sonora estridente. Douglas Sirk no inferno, como escreveu um utilizador do Imdb. Isto deve ter baralhado os adeptos da cultura drive-in, fazendo com que «Eaten Alive» fosse relançado sob vários disfarces («Death Trap», «Horror Hotel Massacre», «Legend of the Bayou», «Starlight Slaughter») até definhar por completo e se tornar o "filme perdido de Tobe Hooper". À luz da (re)descoberta, o que salta à vista é que a energia primitiva ainda mexe com o estômago, que há um punhado de grandes momentos de cinema, e que é pena que a carreira de Hooper se tenha tornado progressivamente mais desinteressante. Como bónus, Robert Englund (Freddie Kruger), Marilyn Burns (do primeiro «Texas») e o veterano Neville Brand evidenciam um prazer tremendo na composição das suas personagens. Que o filme nem sempre aguente o ritmo e que o assassino principal seja um crocodilo de borracha (Ed Wood havia de gostar) acabam por ser pormenores de somenos importância.

[Texto editado a partir do original publicado na revista DIF, número 27, Abril de 2005.]

(Está por chegar edição definitiva de «Eaten Alive» em DVD. Até lá, a proposta região 1 da Elite não está mal de todo. Atenção que há uma outra, fullscreen e com imagem péssima, da editora Starpower.)